Com algumas mudanças significativas prestes à acontecer na minha vida em 2024, como por exemplo, o fato de que pretendo pedir demissão; eu percebi que teria muito tempo nas mãos até iniciar outro trabalho, e enquanto divido minha temporada de desempregado entre estudar e procurar outro estágio - seguindo a vida média de um universitário, pensei: quem sabe não poderia ser mais do que isso.
O que motivou a escrita desse texto foram duas perguntas: o que eu poderia escrever?
De todas as pessoas extremamente qualificadas: jornalistas, escritores, poetas, tradutores, ensaistas e redatores…
o que EU poderia escrever, que te faria ler meus textos até o final?
A pergunta número um talvez seja a mais complexa. Me fiz esse questionamento toda vez que olhei para a página em branco. Não achei uma resposta, mas continuo escrevendo. Já a número dois, eu acho mais divertida - e mesmo também não achando resposta, esse substack nasce para respondê-la, e quem sabe a gente decifre ambas juntos.
“Evito de ter que pensar
Que as melhores frases se foram”
Ao começar uma nova atividade, ou encarar um hobby recém abraçado, acho que sempre chegamos acompanhados de comparações, referências ou ídolos para se espelhar, mas se nos seguramos demais nessas figuras e fantasias, nunca vamos pra frente. Fora que é masssa simplesmente se permitir fazer. Executar a ideia que você tem. Pintar sem se preocupar em fazer um Caravaggio, escrever poesia sem esperar ser 1/8 do poeta que foi Ferreira Gullar, um músico e se contentar em não fazer um Clube da Esquina.
aquele papo de que, todos seus filmes, músicas e séries favoritas tem algo em comum: eles foram executados. (ficou meio coach né? Eu sei, mas aqui a gente vai mais além).
Daí vem o nome da publicação (escreva todos os dias, seja genial ou não). Uma frase de Stendhal, traduzida por Silviano Santiago num vídeo da Companhia das Letras que me impulsionou a botar pra frente esse projeto, além de que também funciona como um convite pra realizar qualquer atividade do teu interesse, sendo algo extraordinário ou não. Simplesmente fazer, e fazer porque você gosta, sem se preocupar em ser o melhor no que você ta se propondo. Tem uma certa serenidade no que é medíocre, e ocupações criativas também consistem em exercitar, não tem esse papo romântico de que é um dom ou só talento - tem que ralar.
“O meu óficio é escrever histórias, coisas inventadas ou coisas que recordo de minha vida, mas sempre histórias.”
e é isso, como Natalia Ginzburg escreveu, aqui vocês encontrarão muitas histórias, sem precisar de tanta inspiração e trazendo coisas que fazem sentido pra mim. Esse texto não surgiu do nada. Foi sentar numa cadeira e produzir a partir de uma ideia ao escutar essa música de Zimbra com minha namorada, logo depois de ler “Meu Ofício”, no livro As Pequenas Virtudes da ensaísta italiana que acabei de citar.
Aqui eu me despeço e deixo essa caixinha pra você se inscrever. Assim, não vai perder as postagens semanais :)
Li até o final. Quero mais...
Amei as referências! Ansiosa pelos próximos!!